terça-feira, 14 de junho de 2011

Identidade roubada

            Após analisar, refletir e exemplificar vários temas acerca do olhar do outro, Fernanda Bruno conclui seu estudo afirmando que na atualidade os indivíduos tem domínio sobre a possibilidade de serem belos, saudáveis e felizes e que essas instâncias dependem deles. Não existe uma coerção social externa para que esses modos não se realizem, mas sim uma conduta interna que pode determinar o estado do indivíduo, e quando, de acordo com ela, esses estados não se realizam a responsabilidade é total do indivíduo, representado pelo fracasso; o problema não é ser (feliz, saudável, belo) é não querer ser. Para ela, essa realidade é levada ao extremo e de forma mais explícita, nos realities shows de “intervenção” ou “transformação”,  retomando a idéia de que no nosso mundo os indivíduos primeiro precisam parecer ser para depois ser, porque o ideal estaria sempre na frente, algo a ser alcançado. Ela conclui que a verdade, tomando esses programas como referência, está na superfície e que a autenticidade é poder ser parecido com outrem. De acordo com ela, deixamos, há muito tempo, de sermos seres determinados exclusivamente pela natureza. No mundo onde a tecnologia avança a passos largos qual é a verdadeira diferença entre artificial e natural? No mundo onde “tudo é possível”  qual é o limite da intimidade, do olho público e da imagem? 
(Por Joana Leal)

Foto: Reprodução Web

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