domingo, 12 de junho de 2011

O conceito de imagem na pós-modernidade


                                                                                                                                      
       A atração pelo privado através do olho público é um assunto que tem sido muito estudado por diversos teóricos do campo da comunicação, da sociologia e da antropologia. Para Fernanda Bruno o homem do século XXI substitui o superego pelo ideal do ego, não aquele que deve ser mas aquele que deve parecer ser. Esse detalhe conceitual é importante porque caracteriza um comportamento social que influencia diretamente a dicotomia entre o espaço sagrado do privado e a obsessão coletiva pela invasão do privado de outrem. De acordo Fernanda, essa situação se deu por conta das constantes atribuições de individualidade e do declínio dos encargos coletivos que deram mais responsabilidade aos indivíduos tornando o futuro deles pertencente às decisões individuais.  Para ela, vivemos hoje numa sociedade que não separa o ser do ser midiático. Nesse contexto complexo, Fernanda Bruno afirma que as tecnologias da comunicação tem um papel central, “..elas oferecem uma cena pública para as experiências privadas e afirmam-se como instâncias de legitimação social do íntimo.” . Nesse ambiente da exposição; cuja TV, internet ou celular são suportes comunicacionais, o ser natural do homem ordinário se confunde com o “herói de sua própria vida” como a própria autora afirma, “...as tecnologias comunicacionais realizam uma espécie de “conversão” da vítima em herói de sua própria vida, do anônimo em célebre, do ego em ideal de ego”.   E essa questão, da mudança gradual no conceito de imagem na sociedade pós-moderna, é fundamental para entender como a autora trabalha as noções da cidade vigiada, da superexposição e do olhar público sobre o privado.
                                                                                 (Por Joana Leal)
Foto: Reprodução Web

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